sábado, 12 de janeiro de 2013

Thylacinus cynocephalus, o Tigre da Tasmânia e a infeliz surpresa

O tilacino (Thylacinus cynocephalus), comumente conhecido como lobo-da-tasmânia ou tigre-da-tasmânia, foi o maior marsupial carnívoro dos tempos modernos. Nativo da Austrália e Nova Guiné.
Um tilacino lembra um cachorro grande com pelo curto e um rabo firme que suavemente se estendia do corpo de certa forma similar àquele de um canguru. Muitos colonos europeus fizeram comparações diretas com a Hiena, devido a sua postura incomum e comportamento geral. Sua cobertura amarelo-marrom apresenta 13 a 21 listras escuras distintas pelas suas costas, traseira e a base de seu rabo, o que conferiu ao animal o apelido de "Tigre". As listras eram mais marcadas em espécimes mais jovens, desaparecendo à medida que o animal se tornava mais velho. Uma das listras se estendia até o exterior da coxa traseira. Seu pelo era denso e macio, com comprimento até 15 mm; em juvenis a ponta do rabo possuía uma crista. Suas orelhas arredondadas e eretas tinham comprimento de cerca de 8 cm e eram cobertas com pelo curto. A coloração variou de castanho-amarelado claro à marrom escuro; sendo a barriga bem mais clara.

Um tilacino adulto tinha comprimento de 100 a 130 cm, mais uma cauda de cerca de 50 a 65. O maior espécime medido tinha 290 cm do nariz à cauda. Adultos possuíam uma altura de 60 cm no ombro e pesavam de 20 a 30 kg. Havia um leve dimorfismo sexual com os machos em média sendo maiores que as fêmeas.





O tilacino era capaz de abrir suas mandíbulas a uma extensão incomum: até 120 graus. As mandíbulas eram musculosas e poderosas e tinham 46 dentes. O tilacino era naturalmente noturno.As pegadas do tilacino podiam ser distinguidas de outros animais nativos ou introduzidos; diferente das raposas, gatos, cães, wombats ou diabos-da-tasmânia, os tilacinos tinham uma pata traseira muito larga e quatro dedos frontais óbvios, arranjados em uma linha quase reta. As patas traseiras eram similares às patas frontais, mas tinham quatro dedos ao invés de cinco. Suas garras eram não-retraíveis. O tilacino provavelmente preferia as florestas secas de eucaliptos, pantanal, e pasto na Austrália continental. Pinturas rupestres indígenas australianas indicam que o tilacino viveu pela Austrália continental e Nova Guiné.




Na Tasmânia, preferia as florestas centrais e charneca costeira, que eventualmente se tornaram o foco primário dos colonizadores britânicos buscando campos de pasto para seus rebanhos. O padrão listrado pode ter provido camuflagem em florestas, mas também pode ter servido para propósitos de identificação. O animal possuía uma típica extensão do lar entre 40 e 80 km². Aparentemente mantinha sua extensão do lar sem ser territorial; grupos grandes demais para ser uma unidade familiar eram às vezes observados juntos. O tilacino era um caçador noturno e crepuscular, passando as horas de luz em pequenas cavernas ou troncos de árvores ocos em um ninho de galhos, casca de árvore ou folhagem de samambaias. Tinha tendência de fugir para as colinas e florestas para se abrigar durante o dia e caçava na charneca aberta à noite. Os primeiros observadores notaram que o animal era tipicamente tímido e reservado, com consciência da presença de humanos e geralmente evitando contato, apesar de ocasionalmente mostrar traços curiosos





O tilacino exclusivamente carnívoro. Seu estômago musculoso possui a capacidade de distender-se para permitir que o animal comesse grandes quantidades de alimento de uma só vez, provavelmente uma adaptação para compensar os longos períodos em que a caça era mal sucedida e o alimento escasso. Análises da estrutura do esqueleto e observações dele em cativeiro sugerem que ele separava um animal-alvo e o perseguia até ficar exausto. Alguns estudos concluem que o animal pode ter caçado em pequenos grupos familiares, com o grupo principal levando a presa na direção geral de um indivíduo esperando em uma emboscada. Caçadores o relataram como um predador de emboscada.
Entre as presas incluíam-se cangurus, wallabees, wombats, aves e pequenos animais como os Potorous e os possuns. Uma presa favorita pode ter sido o outrora comum emu-da-tasmânia.

Mas agora para quem simpatizou com o nosso novo animal, tenho uma péssima noticia. Esse animal não existe mais!

Exatamente, o Tilacino está completamente extinto. Colonos europeus acreditavam que tilacinos haviam atacado ovelhas e aves de fazendeiros. A extinção é atribuída à competição com os humanos indígenas. Os tilacinos foram extintos da Austrália continental milhares de anos antes da colonização europeia do continente, mas sobreviveram na ilha da Tasmânia junto com diversas espécies endêmicas, incluindo o diabo-da-tasmânia. A caça intensiva encorajada por recompensas por os considerarem uma ameaça aos rebanhos é geralmente culpada por sua extinção, mas outros fatores que contribuíram podem ter sido doenças, a introdução de cães, dingos e a intrusão humana em seu habitat. O último registo visual conhecido ocorreu em 1932 e o último exemplar morreu no Zoológico de Hobart em 7 de setembro de 1936. Apesar de ser oficialmente classificado como extinto, relatos de encontros ainda são reportados. Eis o registro visual do ultimo Tilacino vivo.



Este tilacino morreu em 7 de setembro de 1936. Acredita-se que tenha morrido como resultado de negligência - trancado para fora de seu local de descanso protegido, foi exposto a uma rara ocorrência de clima extremo tasmaniano: calor extremo durante o dia e temperaturas congelantes durante a noite. Este tilacino aparece na última filmagem conhecida de um espécime vivo: 3:24 segundos de filme preto-e-branco mostrando-o andando para trás e para a frente em sua área cercada em um clipe filmado em 1933 pelo naturalista David Fleay. O Dia Nacional das Espécies Ameaçadas tem sido comemorado anualmente desde 1996 em 7 de setembro na Austrália, para celebrar a morte do último tilacino oficialmente documentado.

Hoje ainda existem relatos não oficiais de aparições de Tilacinos na Austrália e em Nova Guiné, porém sem provas ele continua na lista de animais extintos desde 1936. Ele encabeça a lista de animais extintos que os cientistas sonham clonar para estudos e repovoação.

6 comentários:

  1. Infelizmente Erica Souza, devido a concorrência por alimento com os povos indígenas, a caça humana e ao descaso. Agora devemos observar com cuidado os animais que ano após ano seguem o mesmo caminho rumo a extinção. :/

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  2. alguns foram mortos recentemente na treta do chupacabras, e se pesquisar mais a fundo vai encontrar recompensas extremas no mercado negro pra quem trazer um exemplar do bixo... ele ainda esta por ai, ou não lol

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  3. alguns foram mortos recentemente na treta do chupacabras, e se pesquisar mais a fundo vai encontrar recompensas extremas no mercado negro pra quem trazer um exemplar do bixo... ele ainda esta por ai, ou não lol

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  4. Eu gostaria de conseguir mais detalhes sobre as patas dele. Um dia li sobre uma carcaça e quando vi a foto me lembrou muito um desses. Tudo bem que o animal estava em putrefação, sem pelo nenhum, mas a descrição das mandíbulas, calda e patas traseiras batem.

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  5. Eu gostaria de conseguir mais detalhes sobre as patas dele. Um dia li sobre uma carcaça e quando vi a foto me lembrou muito um desses. Tudo bem que o animal estava em putrefação, sem pelo nenhum, mas a descrição das mandíbulas, calda e patas traseiras batem.

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